Por Conteúdo_ – 27/09/2021
Quando falamos em engenharia e arquitetura, existem 3 palavras muito utilizadas: reforma, retrofit e restauração. Mas você sabe a diferença entre estes 3 tipos de serviços?
Reforma
A reforma é um processo mais simples, sendo uma pequena intervenção que não altera por completo o espaço, mas vale lembrar também que a reforma pode modificar a edificação para atender às necessidades da empresa, mudando até o estilo arquitetônico da construção. Enquanto o retrofit tem a preocupação de manter as características originais mesmo com a revitalização.
Retrofit
O termo retrofit vem da junção das expressões latina “retro” que quer dizer “movimentar-se para trás” e inglesa “fit” cujo significado é “adaptação” ou “ajuste”.
Assim, realizar Retrofit numa construção significa revitalizá-la, preservando aspectos originais e adaptando-a às exigências e padrões atuais.
Afinal, o termo corresponde ao processo de revitalização de edifícios, envolvendo uma série de ações com o objetivo de modernização e adaptação das instalações.
Ou seja, esse trabalho ajuda a preservar os pontos positivos de um espaço ou construção existente, revitalizando aspectos ultrapassados ou deteriorados, adequando o prédio às exigências atuais e ampliando a vida útil.
Todas essas mudanças, adequações e melhorias de equipamentos e instalações, com as obras de retrofit, visam aumentar o conforto e a funcionalidade do local, proporcionando bem-estar para as pessoas, sejam colaboradores, clientes, visitantes, fornecedores, entre outros.
Sendo que o retrofit envolve uma atuação mais ampla na atualização e modernização do prédio ou instalações, podendo ser em um ou diversos sistemas e estruturas, como iluminação e fachada, por exemplo.
Restauração
Já obras de restauração são apropriadas aos bens tombados e aos bens patrimoniais de grande significância. Seu objetivo é a conservação e consolidação da construção, assim como a preservação ou reposição da totalidade ou de parte da sua concepção original. As intervenções admissíveis nesses bens ou imóveis estão definidas nas normativas de uso, estabelecidas a partir dos processos de tombamento ou de proteção e preservação especiais.
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Por Conteúdo_ – 17/03/2021
Na matéria de hoje, mais um exemplo de projeto de arquitetura que restaura um antigo prédio histórico e o transforma em um lindo edifício de apartamentos.
O escritório Anarchlab Architecture Laboratory , que é comandado pelo arquiteto Pedro Ribeiro da Silva, recentemente restaurou antiga Fábrica de Cerâmica das Devesas, na cidade do Porto – Portugal, que funcionava como armazém e vitrine para os diversos produtos então fabricados pela empresa. A antiga empresa tinha um conjunto formado por 3 prédios: um maior, concebido para escritório, depósito de produtos, loja, salão de exposição e mostruário, com uma fachada imponente voltada para a Rua José Falcão; o prédio restaurado, que foi a oficina de mármores, mas que possuía também valência de habitação no piso superior; e ainda uma casa que pertenceu a Feliciano Rodrigues da Rocha, um dos três sócios da Fábrica das Devesas.
A antiga oficina de mármores situa-se na Rua da Conceição, existindo um pátio comum a este edifício e ao do depósito, que funciona como uma rótula entre ambos, articulando as suas implantações para as duas ruas, Rua José Falcão e Rua da Conceição, perpendiculares entre si. Apesar de ser classificado como Monumento de Interesse Público, todo o interior da construção encontrava-se completamente demolido quando o projeto foi iniciado, restando apenas, da construção original, as fachadas e cobertura já em mau estado.
O projeto de transformação teve em conta o legado histórico ( o edifício é tombado) e arquitetônico do edifício original: as fachadas principal e nascente foram totalmente restauradas sem qualquer alteração, enquanto a fachada sul, já bastante transformada na época, ganhava destaque no conjunto, com um novo esquema de cores e com a introdução de uma janela de vidro redondo que dá equilíbrio geométrico a todo o conjunto e restabelece a comunicação com a envolvente.
No restauro do interior manteve-se a essência do antigo armazém de pedra: após a subida, com uma morfologia semelhante à original, somos recebidos por um amplo e extenso espaço comum, repleto de luz natural, que revela a impressionante altura do espaço interno , completamente imperceptível da rua.
A estrutura que reforça toda a construção existente e agregada, a cobertura renovada e o último andar, encontra-se exposta de forma bastante crua, ajudando a evidenciar as métricas das entradas dos apartamentos, a subida ao último andar e a modulação das grandes claraboias de vidro que deixam entrar luz natural, ao mesmo tempo que mantêm o ambiente industrial do antigo edifício. Existem agora 12 apartamentos no prédio, desde loft com mezanino até apartamentos com dois quartos, distribuídos nos 2 pisos principais, mais um último com uma área menor, que constituem os mezaninos dos lofts.
Organizado no seu interior através da distribuição cuidadosa de volumes simples (armários, cozinhas, banheiros) de aspecto monolítico, como os blocos de pedra que compunham o armazém na movimentada atividade da antiga Fábrica de Cerâmica das Devesas, o espaço habitável surge como vazios daí resultantes do diálogo entre estes maciços e simples maciços edificados, com tons neutros, como o cinza e o preto, sobre um piso de madeira riga que constitui o plano onde repousam os grandes volumes maciços.
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