Por Conteúdo_ – 24/05/2021
A cidade de São Paulo, o Brasil e o mundo perderam ontem, um gênio da arquitetura.
Morreu aos 92 anos neste domingo 23, Paulo Mendes da Rocha. considerado o último dos gênios do modernismo. Desde a morte de Oscar Niemeyer (1907-2012), ele era o mais renomado arquiteto brasileiro, e também o mais premiado de todos eles, tendo recebido condecorações como o prêmio Pritzker, principal distinção da arquitetura mundial, em 2006, o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2016, o Imperiale Premium (Prêmio Mundial de Cultura em Memória de Sua Alteza Imperial o Príncipe Takamatsu do Japão), também em 2016; e a Medalha de Ouro Real de 2017 do Royal Institute of British Architects (RIBA).
Em 5 de maio ele foi anunciado como o ganhador da Medalha de Ouro UIA 2021 que seria entregue no UIA2021RIO. O júri reconheceu “o trabalho único de Mendes da Rocha como o de um ousado iconoclasta cujo trabalho levou a arquitetura a novos patamares de virtuosismo técnico”.⠀
Nascido em Vitória, no Espírito Santo, em 1928, Paulo Mendes da Rocha formou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, em 1954. Desta época, tornou-se próximo de colegas como Jorge Wilheim (1928-2014) e Carlos Millan (1927-1964) e, juntos, passaram a pensar – e, mais tarde, produzir – a arquitetura moderna paulista.
São de sua autoria projetos como o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), a reforma da Pinacoteca do Estado (em parceria com Eduardo Colonelli), o Sesc 24 de Maio, e o Museu da Língua Portuguesa, todos na capital paulista. Fora de São Paulo, projetou o novo Museu dos Coches, em Lisboa, e o Cais das Artes, ainda em construção, em Vitória, sua cidade natal.
Exigente com os desenhos e cuidadoso com as pessoas, o professor e criador capixaba, deixa um legado e um exemplo austero, rotundo e público.