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Por Conteúdo_ – 13/01/2021

Nas pesquisas que fizemos em busca de assuntos interessantes para colocar nas pautas da Mag C_, encontramos algumas matérias que são tão bem feitas que merecem ser compartilhadas.

E este é o caso desta matéria do ArchDaily, que explica perfeitamente o que é o DESIGN DE INTERIORES, sendo a matéria mais bem feita sobre o assunto, a qual tivemos acesso.

Leiam abaixo:

“Se um estilo de música não lhe agrada, você fica entediado no teatro ou não se sente atraído por obras de arte, você quase sempre pode evitá-los. Com arquitetura é diferente. Um projeto mal pensado afetará a vida de muitas pessoas e por muito tempo. Nos interiores isso é ainda mais amplificado, uma vez que a humanidade tem passado cada vez mais tempo em ambientes internos e isso impacta diretamente no nosso bem-estar e saúde. Em períodos de recolhimento obrigatório, como na pandemia atual da Covid-19, temos a noção do quão importantes são os espaços interiores para o nosso bem-estar e, até mesmo, para a prevenção de doenças. Projetar um ambiente interno é de uma responsabilidade enorme para um profissional.

Um designer de interiores é alguém que planeja, pesquisa, coordena e gerencia esses projetos de aprimoramento do interior de um edifício para obter um ambiente mais saudável e esteticamente agradável para as pessoas que usam o espaço. Mas o que é, de fato, Design de Interiores?

Não raramente, o design de interiores é confundido com decoração. E isso vem carregado de preconceitos e incompreensões acerca do ofício. A escolha dos revestimentos, cores e acabamentos é, de fato, uma das partes dos escopos nos projetos de interiores. Mas isso não é tudo.

Primeiramente, é imprescindível entender o comportamento e os anseios dos usuários para criar espaços funcionais e esteticamente agradáveis. A organização dos fluxos e espaços de permanência é um ponto de partido, através de um layout básico dos espaços. Essa divisão do espaço pode ser realizada através de paredes, ou mesmo por mobiliários e até objetos. Imprescindível é que um projeto de interiores deve sempre atentar às condições de conforto (seja térmico, iluminação ou acústico), além da ergonomia, que dita as melhores alturas e dimensões mínimas e máximas para os mobiliários e objetos. Finalmente, a especificação dos revestimentos e materiais é a parte mais visível e superficial, mas não menos importante. Isso dará a cara do projeto, transmitirá o que o projetista busca e o que reflete os anseios e necessidades. dos usuários.

Abaixo, discorremos sobre as principais questões que um projeto de interiores deve levar em conta:

Definições de layout

O layout de um projeto é, em suma, a designação da posição dos equipamentos, mobiliários, objetos, sejam eles fixos ou móveis, no ambiente que está sendo projetado. Uma distribuição adequada poderá organizar os fluxos do espaço, criar locais de permanência e hierarquizar o espaço. Sobretudo em plantas livres, onde o projetista possui a liberdade de disposição, é que o layout torna-se imprescindível para o bom funcionamento do projeto. Le Corbusier e Mies van der Rohe foram os primeiros a desafiar o que era feito na época e subverter as plantas, reduzindo grandes áreas de circulação e utilizando mais do que paredes para dividir espaços, mas mesmo a estrutura, móveis e painéis móveis.

Para desenvolver um bom layout, além de normas de acessibilidade, rotas de fuga para incêndio e dimensões mínimas para cômodos, há literaturas que agregam as dimensões adequadas para cada tipo de uso do espaço. O livro “Arte de projetar em arquitetura”, de Ernst Neufert, foi publicado originalmente em 1936, e vem coletando boas práticas de dimensões dos mais variados espaços, desde cozinhas industriais até vagões de trens, passando pelos mais variados programas. Com as cidades cada vez mais densas e os imóveis mais caros, no entanto, microapartamentos e tiny houses começam a aparecer desafiando esses padrões mínimos, mostrando que as regras não necessitam ser tão rígidas. O mais indispensável é entender as necessidades do espaço e do usuário para propor layouts funcionais e adequados aos espaços.

Mobiliários

Sejam fixos ou móveis, o mobiliário influencia diretamente a qualidade de qualquer projeto de interiores. É função do profissional garantir que as escolhas especificadas em projeto favorecerão a rotina e o funcionamento do espaço, melhorando sua relação com os usuários, bem como assegurar que suas escolhas não prejudicarão itens elementares como a circulação, por exemplo.

Especialmente (mas não somente) quando se tratam de ambientes pequenos – que estão cada vez menores -, a atenção pela escolha de cada peça de mobiliário é primordial. Dessa maneira, em muitos casos, é mais interessante projetar itens sob medida, para aproveitar de forma mais eficiente cada centímetro quadrado. Mobiliários flexíveis que se encaixam (como bancos que podem ser empilhados); que dobram (como mesas recolhíveis); que aumentam / diminuem de tamanho, ou que possam ser usados em dupla função (ora armário, ora divisória interna, por exemplo) são vistos como o futuro da indústria moveleira.

Seguindo essa tendência, atualmente é possível encontrar diversas empresas que fabricam produtos destinados a essas tipologia (como já citamos os microapartamentos e as tiny houses), que consideram as dimensões mais reduzidas dos espaços internos, e, desafiando as medidas até então padronizadas para peças menores e mais coerentes com a relação contemporânea usuário x espaço. Tratam-se, por exemplo de sofás mais compactos e pés de mesas que ‘abrigam’ todas as cadeiras, e consequentemente, ocupam menos espaço ao redor delas.

Plantas podem não ser consideradas mobílias, mas é fundamental abrir um parênteses sobre elas, já que são importantes aliadas são para trazer saúde e qualidade de vida para os interiores. Elas purificam o ar e absorvem substâncias químicas muito comuns nos interiores residenciais e corporativos. A recomendação é que se considere uma planta de médio porte para cada 10m².

Conforto e Ergonomia

Falamos extensivamente sobre o conforto em espaços interiores nos últimos anos. A qualidade ambiental em um interior é essencial em um mundo cada vez mais denso e populoso, e um espaço interno desconfortável, inseguro ou insalubre pode ser tremendamente prejudicial à saúde física e mental das pessoas, considerando que passamos grande parte de nossas vidas em eles.

O conforto varia da estética dos espaços ao aroma do ambiente, à brisa que entra pela janela e à temperatura sentida ao entrar neles, à acessibilidade e à aplicação de tecnologias ou estratégias passivas para facilitar e melhorar a qualidade de vida do habitante. Como o espaço é percebido visualmente quando o habita? Sua cor, brilho, profundidade e altura determinarão se um espaço é detectado como aconchegante, seguro, estimulante, pacífico, flexível ou exatamente o oposto. É acusticamente confortável? Um tratamento acústico adequado permitirá que você converse com outras pessoas sem precisar levantar a voz ou ouvir uma fala em um auditório sem forçar os ouvidos. Está muito quente ou muito frio? A temperatura confortável deve estar entre 20 e 25 graus Celsius, e o excesso de frio ou calor não é apenas irritante, mas também incentiva a incubação de diferentes doenças. Sua ventilação mantém o ar interno o mais limpo e saudável possível? Maus odores, ácaros, fungos e compostos de alguns materiais, adicionados à poluição nas salas, podem ser tóxicos para a saúde humana.

 
 
 
 

Embora pareça estranha à arquitetura, a ergonomia é a disciplina que nos ajuda a projetar espaços e dispositivos bem adaptados às características fisiológicas, anatômicas e até psicológicas dos habitantes e usuários de cada cômodo. É a relação entre o ambiente artificial e as ações e comportamentos que serão desenvolvidos pelo corpo e pela mente humana. Portanto, o nível de sucesso de um bom design de interiores está intimamente relacionado à sua análise detalhada, e um bom começo pode ser através do estudo das dimensões e proporções do corpo humano em sua imensa variedade. Existem investigações antropométricas que agrupam a população de acordo com esses parâmetros, permitindo fornecer soluções flexíveis e eficazes para o maior número de usuários em potencial.

 
 
 
 

Materiais e acabamentos

Na mesma linha, nem todos os materiais de acabamento são equivalentes. Embora a escolha seja normalmente governada por fatores como estética, função e custo, é importante considerar também a composição de cada material e o efeito que isso pode ter sobre o meio ambiente ao longo de sua vida útil. Hoje, na maioria dos mercados, o fornecimento de materiais de acabamento é amplo e diversificado, permitindo avaliar fatores como origem, durabilidade, reciclagem e propriedades higiênicas ou ambientais que não estão relacionadas ao conforto futuro do espaço a ser projetado. A escolha do revestimento ou acabamento é, portanto, multidimensional e deve considerar os seguintes fatores:

  • O objetivo do espaço. Os materiais devem acompanhar tanto a função do espaço quanto a diversidade de usuários em potencial. Ao escolher, é aconselhável considerar o nível de tráfego e uso da área, as condições de limpeza, o desgaste e a exposição ao meio ambiente. Outros fatores, como texturas e cores, podem contribuir para a compreensão do espaço e a difusão da luz, além de afetar o humor de seus habitantes.
  • A substância do material. A composição do material definirá sua resistência, flexibilidade e maleabilidade e, portanto, sua gama de aplicações. Em termos químicos, é aconselhável examinar a composição de tintas, revestimentos plásticos, aglutinantes ou aditivos que possam ter efeitos nocivos (ou também benéficos) a longo prazo na qualidade do ar interno.
  • Sistemas de instalação. O processo de construção dos acabamentos inclui elementos de fixação ou adesivos, que é recomendável considerar como um sistema conjunto para o acabamento, a fim de economizar custos e evitar erros durante o processo de construção (especialmente se for uma construção nova).
  • A camada superficial. A última camada de acabamento tem alta incidência no conforto dos espaços. As superfícies podem ser tratadas como antiderrapantes, antiaderentes e impermeáveis. Elementos como coberturas de juntas, bordas, molduras, puxadores, mais do que objetos, foram projetados para facilitar a limpeza, evitar acidentes, facilitar movimentos, entre outras opções, o mais amplo possível o uso de um espaço.
 
 
 

Compreender o ser humano em suas dimensões fisiológica, anatômica e psicológica nos ajudará a alcançar um alto nível de conforto, respeitando sua diversidade e diferenças. Nem todas as pessoas se movem da mesma maneira no espaço ou têm as mesmas dimensões do corpo, e nem todos se sentem à vontade na mesma quantidade de luz ou resistem calorosamente às mesmas temperaturas. É essencial considerar uma abordagem holística e multidisciplinar ao projetar espaços focados no bem-estar, e a observação e análise aprofundada de cada “corpo e mente” é essencial para alcançar um projeto bem-sucedido. “