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Por Conteúdo_ – 02/12/2021

Hoje a matéria da Mag C_, é uma homenagem da Conteúdo_ a um dos arquitetos mais incríveis que o Brasil já teve e que infelizmente nos deixou no dia 27/11/2021.

A obra de Ruy Ohtake transformou a paisagem urbana de vários lugares no Brasil e no mundo, mas é em São Paulo, que estão a maiorias de seus projetos.

Filho mais velho da também consagrada artista Tomie Ohtake (1913-2015), considerada a dama das artes plásticas brasileiras, Ruy Ohtake nasceu em 27 de janeiro de 1938 no bairro da Mooca em São Paulo, e se formou em  Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU), em 1960.

Conhecido por incorporar formas geométricas bem definidas, linhas arredondadas e cores em seus projetos, que incluem obras públicas, escolas, cinemas, teatros, edifícios de apartamentos e de escritórios, residências e hotéis, o arquiteto também assinou o design de peças de mobiliário para os prédios que desenhou, muitos deles utilizando materiais que contrastavam com a leveza de seu traço, como o concreto.

Seu estilo marcante lhe rendeu mais de 25 prêmios de arquitetura, incluindo o Colar de Ouro, maior condecoração do Instituto de Arquitetos do Brasil.

VEJA ALGUMAS DE SUAS OBRAS:

 

Hotel Unique

Localizado na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, na capital paulista, a estrutura de sete andares lembra um navio pelo seu traço de arco invertido e tem uma piscina vermelha assinada em conjunto com o paisagista Gilberto Elkis.

Redondinhos de Heliópolis

Outra obra de destaque são os prédios “redondinhos”, como ficaram conhecidos os edifícios em formato cilíndrico em Heliópolis.

A ideia do projeto surgiu depois de uma fala mal interpretada de Ruy Ohtake. Em 2003, uma revista publicou a seguinte declaração atribuída ao arquiteto: “O que acho mais feio em São Paulo é Heliópolis”. Depois de ver a reportagem, Ohtake esclareceu que a intenção foi dizer que o mais feio na cidade era a diferença entre bairros ricos e pobres — “a diferença entre o bairro do Morumbi e Heliópolis, a maior favela”.

Na semana seguinte, João Miranda, líder comunitário em Heliópolis, ligou para Ohtake e em vez de exigir explicações, pediu ao profissional que ajudasse o lugar a ficar mais bonito. O arquiteto topou e mergulhou no projeto para diminuir a desigualdade social.

Instituto Tomie Ohtake, São Paulo

O prédio que abriga a instituição dedicada à obra de sua mãe, a artista Tomie Ohtake, foi inaugurado em 2001 e fica no bairro Pinheiros, em São Paulo.

Embaixada do Brasil, Tóquio, Japão

O prédio, localizado no bairro de Aoyama, tem projeto de 1981 e foi eleito pelo jornal americano The New York Times como uma das preciosidades da arquitetura contemporânea da capital japonesa

Royal Tulip Brasília Alvorada, Brasília

O sofisticado hotel tem vista para o Lago Paranoá e as curvas marcantes do arquiteto Ruy Ohtake

Brasília Shopping, Brasília

O complexo, localizado na Asa Norte da capital federal, foi construído em 1997 e traz as formas geométricas marcantes do estilo do arquiteto.

Hotel Renaissance, São Paulo

O projeto de 1996 tem duas torres de 27 andares com quinas arredondadas e painel assinado pela mãe do arquiteto, Tomie Ohtake, em um de seus halls de entrada

Terminal Sacomã, São Paulo

O Terminal Sacomã, localizado no bairro do Ipiranga, em São Paulo, abriu as portas em 2010. Tem estrutura metálica oval e vigas não aparentes

Parque Ecológico do Tietê

Além do viés recreativo, ele serve como bacia de acumulação de água do Rio Tietê para que não haja enchentes na Marginal.

Ruy Ohtake by Roca

Sua coleção de cubas para a Roca, inspirada no formato de ovo, foi amplamente premiada, ganhando inclusive a categoria máxima de um dos prêmios de maior prestígio mundial no campo do design: o Red Dot Award 2019, concedido pelo Design Zentrum Nordrhein Westfalen, na Alemanha.

E nós, da equipe da Conteúdo_, sentimos muito esta perda e agradecemos por todos os momentos que podemos passar ao lado deste mestre.

Por Conteúdo_ – 09/11/2021

Quando falamos em projeto ou decoração de interiores, muita gente tem dúvidas na hora de escolher o profissional.

Arquiteto de interiores, designer de interiores ou decorador? Você sabe a diferença entre estas 3 profissões?

Com o auxílio da ABD (Associação Brasileira de Designers de Interiores), elaboramos esta matéria para esclarecer todas as dúvidas e lhe ajudar na hora da sua escolha.

ARQUITETO DE INTERIORES

Como profissional da Arquitetura e Urbanismo, o Arquiteto de Interiores foca na atuação em Interiores, que consiste na intervenção em ambientes internos ou externos de edificação,
definindo a forma de uso do espaço em função de acabamentos, mobiliário e equipamentos, além das interfaces com o espaço construído – mantendo ou não a concepção arquitetônica original,
para adequação às novas necessidades de utilização.
Esta intervenção se dá no âmbito espacial; estrutural; das instalações; do condicionamento térmico, acústico e lumínicos; da comunicação visual; dos materiais, texturas e cores; e do mobiliário. (Res. n. 51 CAU/2013).

A Formação acadêmica se dá na Arquitetura, campo generalista que forma arquitetos e urbanistas, capazes de compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidade, com relação à concepção, à organização e à construção do espaço interior e exterior, abrangendo o urbanismo, a edificação, o paisagismo, bem como a conservação e a valorização do patrimônio construído, a proteção do equilíbrio do ambiente natural e a utilização racional dos recursos disponíveis. (DCN Res. n. 2 de 11/06/2010).
O perfil do egresso requer competência de compreender e traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidade, com relação à concepção, à organização e à construção do espaço
interior e exterior, abrangendo o urbanismo, a edificação, o paisagismo. (DCN – Res. n. 2 de 11/06/2010), bem como a conservação e a valorização do patrimônio construído, a proteção
do equilíbrio do ambiente natural e a utilização racional dos recursos disponíveis. (DCN – Res. n. 2 de 11/06/2010).

Conhece ao normas técnicas e os regulamentos legais que estabelecem parâmetros de qualidade, segurança e normalidade. Concebe, projeta e reforma a edificação, mantendo ou não a concepção arquitetônica original; elabora projeto de arquitetura de interiores, cuja intervenção se dá no âmbito espacial; estrutural; das instalações; do condicionamento térmico, acústico e lumínicos; da comunicação visual; dos materiais, texturas e cores; e do mobiliário. (Res. n. 51 CAU/2013).
Elabora projeto de arquitetura da iluminação do edifício. (Res. n. 51 CAU/2013).
Elabora projeto de acessibilidade e ergonomia da edificação. (Res. n. 51 CAU/2013).

Altera a configuração dos espaços propondo novas soluções de uso, implantando soluções tecnológicas e projetuais adequadas.

Elabora relatório técnico de arquitetura de interiores referente a memorial descritivo, caderno de especificações e de encargos visando a qualidade de vida dos habitantes dos assentamentos
humanos e a qualidade material do ambiente construído e sua durabilidade. (Res. n. 51 CAU/2013). (DCN – Res. n. 2 de 11/06/2010). Elabora também orçamentos.

Conhece a história das artes e da estética. (DCN – Res. n. 2 de 11/06/2010).

Coordena e compatibiliza projetos de arquitetura de interiores com projetos complementares (Res. N. 51 CAU/2013).

Elabora desenho de apresentação e desenho técnico, e elabora o projeto executivo para a execução da obra. (DCN – Res. n. 2 de 11/06/2010).

Executa a obra de interiores (DCN – Res. n. 2 de 11/06/2010).

Empreende estudos de avaliação pós-ocupação dos espaços, com o objetivo de diagnosticar aspectos positivos e negativos do ambiente construído em uso. (Res. n. 51 CAU/2013).

Atua no ensino de projeto de interiores (Res. n. 51 CAU/2013) e na pesquisa através dos conhecimentos de teoria e de história da arquitetura, do urbanismo e do paisagismo, considerando sua produção no contexto social, cultural, político e econômico e tendo como objetivo a reflexão crítica e a pesquisa (DCN – Res. n. 2 de 11/06/2010).

DESIGNER DE INTERIORES

O Designer de Interiores com formação superior  é especialista qualificado para organizar, projetar e criar espaços interiores, buscando a qualidade de vida, atento às necessidades específicas
dos usuários, visando o conforto, considerado em todos os seus aspectos. A profissão é regulamentada pela Lei 13.369/16.
Além dos arquitetônicos, trabalha com espaços temporários e efêmeros, assim como com equipamentos de transporte (embarcações, aeronaves e demais).
Possui conhecimentos específicos que vão da análise espacial à busca da compreensão psicológica do usuário, passando pelo programa de necessidades e pelo briefing, pelo conceito de projeto, pela Ergonomia – em suas diferentes abordagens, com o intuito de solucionar problemas e garantir aos usuários espaços adequados as suas necessidades individuais e/ou coletivas, pessoais ou profissionais.

Tratando-se de profissão complexa e multidisciplinar, a formação acadêmica de nível superior (bacharelados e cursos tecnológicos) exige uma metodologia específica para elaboração do conceito de projeto, grande conhecimento em história e cultura (história da arte, do design e de interiores, história das artes e das técnicas, cultura brasileira, antropologia, sociologia, psicologia ambiental,
semiótica), conhecimento em tecnologia e sustentabilidade(conforto térmico, acústico, luminotécnico, ergonomia, antropometria, acessibilidade, instalações prediais, materiais,
sustentabilidade), e conhecimento em desenho e expressão gráfica (desenho bi e tridimensional, desenho técnico, representação gráfica bi e tridimensional, metodologia visual).

Conhece e pesquisa as normas técnicas específicas a cada tema, entendendo a complexidade de cada solução de projeto, atento às questões de segurança, habitabilidade e desempenho ambiental.

Concebe, projeta espaços interiores compreendendo necessidades, valores e a inserção cultural dos usuários, garantindo pertinência e identidade, buscando o conforto em todos os seus aspectos e
otimizando a qualidade de vida.
Trabalha a inclusão, projetando espaços para atendimento a quaisquer usuários (deficientes, idosos, obesos, crianças, pessoas com carrinhos). Compromete-se ainda com a responsabilidade
social, estudando o impacto do design no comportamento humano.
Busca o conforto térmico através do conhecimento das propriedades térmicas das fachadas e das coberturas, e das condições de temperatura e umidade do ar, direção e velocidade dos ventos, e seleciona equipamentos e acessórios, materiais de revestimentos e esquemas cromáticos, cuja especificação possa gerar uma relação de conforto fisiológico, psicológico e ambiental.
Busca a qualidade acústica nos espaços interiores, com base na absorção e na reverberação do som de acordo ao contexto, assim como observa as necessidades de isolamento e privacidade
auditiva.
Busca o conforto lumínico através da apropriação máxima da iluminação natural e de esquemas cromáticos adequados; estuda o sistema de iluminação artificial que seja geral, focal e de destaque,
de acordo ao uso do espaço, considerando a eficiência energética e a psicologia da cor.

Propõe alterações na configuração dos espaços interiores com responsabilidade, buscando a colaboração de outros profissionais habilitados na forma da lei nas intervenções.

Especifica materiais de revestimentos de pisos, paredes, tetos e outros, com foco na segurança (risco de incêndio e acidentes), na segurança de uso e operação (ergonomia), na habitabilidade
(conforto ambiental, ergonômico, funcionalidade, saúde e qualidade do ar, evitando danos à saúde do indivíduo – alergias) e na sustentabilidade (durabilidade, manutenção e impacto
ambiental). Elabora também orçamentos.

Especifica equipamento mobiliário com foco na segurança (risco de incêndio e acidentes), na segurança de uso e operação(ergonomia), na habitabilidade (conforto ambiental, ergonômico,
funcionalidade, saúde e qualidade do ar, evitando danos à saúde do indivíduo – alergias) e na sustentabilidade (durabilidade, manutenção e impacto ambiental).

Detalha equipamento mobiliário exclusivo, com vistas a sua execução, especificando materiais, revestimentos e peças componentes de acordo às normas específicas com vistas à
segurança de uso e operação.

Define tratamento de esquadrias quanto ao tipo, material e cor, de acordo à linguagem do projeto.
Especifica e orienta o cliente quanto à aquisição de acessórios, objetos decorativos e objetos artísticos.
Estuda as necessidades de sinalização do edifício e contrata profissional especializado para sua elaboração, de acordo as suas diretrizes.

Especifica e orienta o cliente quanto à aquisição de obras de arte.

Coordena e compatibiliza projetos de interiores com projetos complementares (instalações de modo geral).

Elabora desenho de apresentação e desenho técnico, e elabora o projeto executivo para a execução da obra.

Coordena a execução da obra, buscando assistência profissional especializada, sempre que necessário.

Empreende estudos de avaliação pós-ocupação dos espaços.

Atua no ensino e na pesquisa, com base nos seus conhecimentos como especialista em espaços interiores, considerando suas intervenções nos contextos social, cultural, político e econômico e
tendo como objetivo a reflexão crítica e a pesquisa.

DECORADOR

O decorador trabalha com espaços interiores, através da seleção de equipamentos e mobiliários, assim como materiais de revestimento, objetos acessórios e obras de arte, com foco nas
questões estéticas e funcionais.
O termo foi usado em época que não se admitiam estrangeirismos no país, mas hoje não tem mais sentido usa-lo como sinônimo do Designer de Interiores. A decoração faz parte da atividade
projetual do Designer de Interiores, mas o contrário não é verdadeiro.

O campo prescinde de formação acadêmica, permitindo que autodidatas e estudiosos a ela se dediquem, através do autodidatismo ou de aquisição de conhecimento em cursos livres
dentro da área.

Elabora projetos de espaços interiores de baixa complexidade, sem que haja qualquer tipo de intervenção nos espaços pré-existentes.
Estuda a identidade visual do usuário, buscando a linguagem do projeto.

Especifica materiais de revestimento com foco na linguagem do projeto. Elabora orçamentos.

Especifica equipamento mobiliário seriado e/ou modulado, com foco na linguagem do projeto.

Define tratamento de esquadrias quanto ao tipo, material e cor, de acordo à linguagem do projeto.
Especifica e orienta o cliente quanto à aquisição de acessórios, objetos decorativos e objetos artísticos.
Estuda as necessidades de sinalização do edifício e contrata profissional especializado para sua elaboração, de acordo as suas diretrizes.

Especifica e orienta o cliente quanto à aquisição de obras de arte.

Elabora desenho de apresentação, com a configuração dos espaços através da locação do mobiliário.

Define as instalações de materiais e equipamentos, buscando assistência profissional especializada, sempre que necessário.