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“High & Low”

Destaques: Luminária “Poppy” da Serien Lighting e Poltrona “Jangada” de Jean Gillon Ilustração de Claudia Liz

Nem 8, nem 80…

Um dos grandes dilemas na hora de decorar um ambiente ainda é lidar com a expectativa inspirada pelas revistas e vitrines das lojas e a realidade no bolso de cada um. Nesse momento, a criatividade desempenha um papel fundamental: de fato seria muito mais fácil entrar numa loja, escolher o mobiliário e adornos e aguardar a entrega. A grande sacada está na seleção das peças principais e coadjuvantes. Um sofá mais caro naturalmente terá uma durabilidade maior, assim como uma mesa em jacarandá tem seu valor agregado em comparação a outro modelo fabricado a partir de madeiras de reflorestamento. Nossa reflexão não gira em torno dos valores, mas dos critérios na escolha com base nas prioridades.

Projeto MaxHaus: Luminária “Poppy”, da Serien Lighting / Vaso de vidro sobre pedestal / Banco do designer Philippe Starck / Banco do arquiteto Índio da Costa

Projeto MaxHaus
Para ilustrar o tema da nossa coluna “High & Low”, selecionei meu projeto no edifício MaxHaus no bairro do Alto da Boa Vista em São Paulo. O termo, de origem alemã, permeia um conceito arquitetônico exclusivo em prédios espalhados pelo mundo todo: fachada industrial, elevadores panorâmicos e concreto aparente dentre outros diferenciais. Para conhecer melhor a estrutura, sugiro acesso ao site www.maxhaus.com.br . Os apartamentos possuem em média 70m2 sem divisórias – um ambiente único integra as funções de hall, estar, jantar, quarto, cozinha e lavanderia, onde janelas amplas permitem passagem de luz natural.

Projeto MaxHaus – vista para salas de estar e jantar a partir do hall interno / Foto: Paulo Brenta

No intuito de manter as características do prédio e atender as necessidades do cliente, alguns ajustes e premissas foram assumidas:
– Parede de drywall para delimitar o quarto, prezando pela área íntima que requer iluminação diferenciada;
– O uso de cimento queimado no chão e placas de concreto no teto reforçam o conceito cosmopolita da fachada externa do prédio;
– Valorizando a vista que se tem dos janelões, as cortinas foram abolidas dos ambientes de estar e jantar. Venezianas externas do próprio edifício controlam a incidência de luz direta.

Projeto MaxHaus – vista para salas de estar e hall interno a partir do ambiente de jantar / Foto: Paulo Brenta

A atmosfera masculina foi valorizada nesse projeto: poucas peças grandes remetem ao estilo minimalista, ao passo que os revestimentos de parede, adornos e quadros asseguram um toque de arte e sofisticação.

Projeto MaxHaus – vista para salas de jantar e quarto a partir do ambiente de estar / Foto: Paulo Brenta

Como e o que devo priorizar?

Finalizada a fase da obra com paredes, divisórias, pintura e revestimentos, chega o momento de selecionar o mobiliário. A ansiedade de ver tudo pronto é muito grande, mas respeitar algumas etapas fará muita diferença no resultado final do projeto, onde algumas dicas podem ser úteis:

– Elabore uma lista de itens que precisam ser comprados com seus respectivos valores e prazos de entrega. Na mesma lista, inclua os que serão reaproveitados, com indicação de reformas quando for o caso;

– Ordene as ações dessa lista a partir dos prazos de entrega, e inicie as buscas;

– Sofá, estante/rack, mesa de jantar com cadeiras, aparador e cama devem ser os primeiros itens adquiridos por se tratarem de peças maiores e estratégicas. A partir delas, peças menores poderão ser escolhidas com assertividade;

– Assim sendo, evite comprar objetos, quadros, tapetes, mesas laterais e luminárias sem antes ter recebido os itens maiores – é importante que eles já estejam posicionados para que o dimensionamento e quantidade dos itens menores possam ser definidos sem chance de errar.

Projeto MaxHaus – Poltrona “Jangada” do designer Jean Gillon na sala de estar / Foto: Paulo Brenta

Critérios na escolha das peças

Como em qualquer outra ação que envolva investimento financeiro, planejar é a alma do negócio. Ter um orçamento pré-definido para diferentes fases de um projeto é de fundamental importância para evitar frustações no resultado da entrega da obra. Mais dicas:

– É melhor ficar sem um poltrona na sala por um tempo do que comprar um móvel que não seja aquele que você almeja como definitivo para o espaço. Aguarde, economize, e então arremate aquela poltrona de design assinado dos seus sonhos;
– Misture épocas e padrões, afinal sua casa não é um “showroom” onde tudo deve combinar. Essa ousadia ampliará as possibilidades e fará com que você consiga mesclar itens caros e baratos sem prejuízo algum no conjunto final;
– Tente não replicar a vitrine ou mostruário de lojas na sua casa. Elas estão ali como mera fonte de inspiração. O estilo de cada um é único, e toda casa deve contar a história do seu morador. Não existe “bonito ou feio”, mas o que é importante para você;

Projeto MaxHaus – Quadros de Claudia Liz e cama da TokStok no quarto / Foto: Paulo Brenta

– Gravuras e fotografias assinadas cumprem muito bem a representação do seu artista favorito. Avalie essa possibilidade;
– Revestir seu sofá e assento das cadeiras com um tecido de qualidade pode te surpreender;

Projeto MaxHaus – Poltrona de Sergio Rodrigues compõe com escrivaninha da TokStok / Foto: Paulo Brenta

– Dê uma nova função aos móveis e objetos que estavam em outro espaço: a mesinha lateral pode ser um bar; as bandejas podem ser penduradas na parede. Um conjunto de banquetas e pufes aplicados como mesa de centro; jarros acomodam flores… uma infinidade de possibilidades!
– Estramos num período de contenção de despesas, e os lojistas sabem disso. Negociar é uma rotina que independe de valor ou classe social: os parcelamentos são possíveis, mas os pagamentos a vista sempre serão mais vantajosos.

Por hoje ficamos por aqui! Aproveito e convido vocês para visitarem o meu site que está com uma série de novos projetos – www.newtonlimainteriores.com.br

Projeto MaxHaus – Tapeçaria de Norberto Nicola (1941), da Passado Composto Século XX

Ate a próxima!