“DESIGN: a concepção de um produto no que se refere à sua forma física e funcionalidade” - conteudo_
 

Mag C_

“DESIGN: a concepção de um produto no que se refere à sua forma física e funcionalidade”

“DESIGN: a concepção de um produto no que se refere à sua forma física e funcionalidade”.

Ilustração de Claudia Liz

Olá! Na coluna dessa semana proponho nos aprofundarmos um pouco mais no conceito da palavra “design”. Todos dizem, uns dominam, outros subtendem, alguns simplesmente repetem… Aqui não cabe avaliação de conhecimento – a sugestão seria alinharmos o entendimento e seu propósito.

Quando estávamos no colégio e matemática era um bicho de sete cabeças: por que X e Y? E para que servem os parênteses e colchetes? Uns tinham uma visão mais pragmática em torno do raciocínio lógico e ordenado já outros tentavam listar exemplos com as possibilidades de escolha e prioridades nas ações. No fundo, ali tínhamos um grande exercício em torno das aptidões de cada um além da introdução a prioridade.

Busco essa situação para dizer que vou substituir o título dessa coluna, com o significado “Aureliano” da palavra “design” por exemplos práticos, e dessa forma sairemos todos com a lição na ponta da língua!

Projeto “Botafogo”

O que seria inovar?

A exemplo de Zanine Caldas, o conhecimento acadêmico jamais limitou o poder criativo, mas inovar requer domínio de técnicas e aprimoramento constante.

Então, qual seria o limite real entre o produto original e o revisitado? Para essa pergunta caberia uma coluna especifica, mas costumo dizer que as melhores invenções são aquelas que nos despertam a pergunta: “Como não pensei nisso antes?”, então vamos reconhecer e valorizar os nossos pares e antecessores criativos.

Vale ressaltar que o nosso mobiliário obtém cada vez mais destaque no cenário global; nomes como Jader Almeida, Índio da Costa, Domingos Tótora e Fernando Jaeger acumulam diversas premiações no setor, tanto nos quesitos de funcionalidade quanto sustentabilidade; a seguir algumas peças de destaque desses gênios:

Jader Almeida, Índio da Costa, Domingos Tótora e Fernando Jaeger

E quem mantém essa roda girando?

Há um tempo atrás estive com o arquiteto e designer de mobiliário André Furtado, criador da premiada mesa lateral DELTA, e numa conversa informal confirmei que sua inspiração vem de um agrupamento de referências externas: da moda, da cidade, da arte, da fotografia, ou seja, de tudo aquilo que tem forma e função.

Mesa Delta e seu autor, André Furtado (Foto: divulgação)

“Gosto de me inspirar em elementos, materiais, formas e texturas de outras décadas. Em meus desenhos busco trazer para os dias de hoje, de uma forma atual, o que já foi sucesso há anos atrás”, completou André.

Na divulgação de um novo produto, algumas barreiras são encontradas, então perguntei ao André de que forma um novo designer pode driblar esse percalço:

“Acredito que todo profissional que está se lançando no mercado bate de frente em quesitos como encontrar compradores ou divulgar um produto, mas acho que de forma geral a preocupação com a aceitação do público é um fator forte no meu processo de criação. Hoje em dia o nível dos profissionais está cada vez mais alto, correr atrás de um espaço para divulgar um desenho ou protótipo se tornou uma grande competição”.

Já o arquiteto Jorge Elmor criou a Poltrona PELICANO considerada um hit pelos formadores de opinião.

(Foto: divulgação)

Jorge acredita que o design propõe sensações que influenciam o nosso comportamento:

“A marquise do Ibirapuera é tão convidativa e informal quanto a poltrona Mole de Sérgio Rodrigues, e a maneira como nos apropriamos daquele espaço ou deste móvel é decorrência de seu design”, afirma.

Comento que é preciso lapidar o empreendedorismo em tempos de crise, e pergunto quais são suas estratégias atuais:

“Se a peça tiver um bom design terá aceitação. Por bom design entenda-se harmonia na forma, boa ergonomia e conforto, preço, durabilidade e inovação. Não crio modismos nem ‘fast design’. Sou adepto do ‘slow design’. Gosto do trabalho autoral e artesanal, da qualidade do acabamento e da durabilidade. Eu acredito no consumo mais sustentável e para isso um produto deve durar gerações. Essa sustentabilidade está traduzida no uso consciente dos materiais e na durabilidade do produto. Comprar um produto para ser utilizado por 2 anos e jogado fora é completamente impensável nos dias de hoje!”

Deixo aqui o Instagram desses profissionais:

@studioa.furtado

(@jorge_elmor)

E falando em mobiliário e design…

Não podemos deixar as marcenarias de lado. Quer sejam executados por marceneiros locais ou por grandes franquias no mercado, esse nicho tem grande representatividade na otimização de espaços. Armários de cozinha, closets, estantes sob medida…

Aliás, estantes! Aqui o design estará presente tanto na estrutura do móvel quanto na disposição atribuída na sua arrumação, então, papel e caneta na mão:

Projeto Jardins I - Sala de Estar

DICAS:

  • No projeto ou escolha da estante, não deixe de considerar sua funcionalidade: prateleiras com regulagem de altura resolverão qualquer desejo de ajustes no curto prazo. Quanto mais livros, mais prateleiras.
  • Ordenação dos livros:

– Empilhe todos os seus livros no chão e separe por tema; foi dessa forma que você os encontrou na livraria, e assim você poderá acessá-los a qualquer momento em casa (culinária, artes, viagens, decoração, fotografia, etc.).

– Com o tempo, as prateleiras tendem a envergar por conta do peso dos livros, então opte pela ocupação das extremidades, como ilustro na imagem a seguir.

– Para criar um efeito visual interessante, disponha os livros nos sentidos vertical e horizontal; esse último também servirá como apoio aos verticais, evitando tombamentos.

– A estante é grande demais para a quantidade de livros que você possui? Pequenos quadros apoiados ao fundo das prateleiras preenchem os espaços com arte e tiram a impressão do vazio.

Projeto “Jardins”

• Objetos:

  • – Adornos altos podem ganhar destaque no centro das prateleiras, quando optamos pela distribuição dos livros nas extremidades.- Os baixos podem ganhar altura e destaque sobre livros dispostos na horizontal.- A escolha de objetos fica harmônica com cores próximas as dos livros que estão ao redor.Nada demais, não é mesmo? Mais uma vez, espero ter ajudado!

 

  • Fico por aqui, e até a próxima!